Familia Boock

Aqui esta retratada a história da família Boock no Brasil, desde quando o missionário argentino, Carlos Victor Boock veio para o Brasil e o nascimento dos filhos, Carlos Alberto Boock Maly e Luis Henrique Boock Maly e da Família de Carlos Alberto, meu trabalho, minhas aventuras e meus projetos.

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Location: Vitória da Conquista, Bahia, Brazil

Casado, Tenho 2 filhos, Pedagogo, tenho minha própria escola. Adoro tecnologias.

Tuesday, May 30, 2006

Parque Nacional Los Alerces


Ai minha familia em Bariloche, os Boock foram uma dos fundadoras da cidade de Bariloche. Meu pai a esquerda e eu a direita ao lado do meu irmão Henrique, que estava sentindo frio. Neste lago aconteceu algo interessante, para me exibir com um salto acrobático eu fiz uma demonstração caprichada ante os olhares dos turistas, havia me esquecido de um detalhe, a agua vinha de uma geleira, e eu entrei em uma fria!!! Bati meu recorde de velicidade de natação para chegar ao cais antes de congelar...

Desbravador


Exatamente isso, vestido a rigor no uniforme de Desbravador (fui por mais de 10 anos) e um tipo de clube de escoteiros mas da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Esta e a montanha La Hoja, Esquel, Chubut, Argentina.

Início da magia da montanha


Chegamos ao inicio da pista de esqui La Hoja, em esquel, era verão, mas a neve começava a cair e a transformar de forma magica a paisagem montanhosa formando uma das mais preferidas pistas de esqui da Argentina. Eu estou a esquerda ao lado de meu irmão. A Brasilia não era amarela, mas era valente para atravessar o deserto da patagonia e as montanhas dos andes!

Meu pai nos Andes


Aqui meu pai esta no vulcão Nahuel Pan, apontando para a cidade que ele passou a sua infância: Esquel, Chubut, Argentina. Na cratera desse vulcão eu tive problema de congelamente de pes e mãos, cai no sono pelo cansaço e meu pai me chamou e me ajudou a arrastar para fora da cratera. Montanha perfeita, apesar de ter apenas 314o metros se não me falha a memoria.

Treze anos


Em Santarém, com uma família de amigos, estava sempre la paga jogar bola, entravam até as meninas, é claro! Depois desciamos para o rio tapajós, que espetáculo de rio! Eu estou ao fundo ligeiramente a direita ao lado de amigos. O que mais sinto saudade e que na época adorava correr, as vezes por 2 ou 3 horas e ainda escalava os morros em volta da cidade. Na paradisíaca praia de Alter-do-chão certa feita estava correndo a margem do rio com os pes ate o meio da canela na agua, subitamente senti vontade de parar. Estanquei. Foi o tempo de ver uma raia se afastar lentamente dos meus pés. Que paias!!! adorava correr por horas pisando as aguas verde-claro do rio tapajós.

Santarém


Nessa foto estão alunos da escola adventista onde eu fiz a quarta série e ela e especial para mim pois esta no grupo a primeira paixão da minha vida, não sei o que aprendi naquele ano... mas ainda me lembro aqueles olhos brilhantes da garota que não cansava de me "secar", na verdade tambem era apaixonado por estrelas, tinha 10 anos e ja dava palestras sobre astronomia, conhecia o ceu como poucos e me correspondia com uma dezena de astronomos, mergulhava no rio, escalava morros, testava motores de foguetes a combustível líquido, encontrei fosseis de uma tribo primitiva e escapei de morrer algumas vezes.. mas o olhar da menina ficou gravado, era a menina mais linda da escola!!!

Afogamento ou nova vida


Como vc vê essa e uma foto de batismo... mas para mim tem outro significado! Nesta rampa um dia eu estava descendo quando quebrou uma madeira sob os meus pes e eu desci para baixo da rampa, não consegui ver nada por tinha muita lama e não conseguia em baixo dagua achar o lugar para sair, tentei sair pelas laterais mas estava atolado no lodo! Estava literalmente enterrado!!! Na posição onde foi tirada a foto estava a Luzeiro VI e quando afundei um rapaz que estava no barco percebeu, ele aguardou curioso eu aparecer, mas o tempo foi passando... ele então tirou os sapatos, tirou a roupa e pulou e veio nadando e procurando a rampa... eu senti uma mão me puxar fortemente por entre a fenda para fora. Não sei quanto tempo passou, mas me lembro no que pensei enquanto estava atolado.

Luzeiro VI, meu Xodó.


Esse foi o barco das mais fortes emoções. Certa noite estavamos proximo a foz do Rio Amazonas bem no meio do rio quando esse encalhou e começou a se inclinar perigosamente, estava muito escuro, dava para ouvir ao longe o barulho da pororoca se aproximando, o barco se inclinou e andavamos pela parede, a água começava entrar e no meio a escuridão começamos a gritar por socorro, o barulho da pororoca era cada minuto mais assustador, peguei o microfone e começei a gritar por socorro e a orar a procura de um milagre! A minha vida estava toda diante de mim, o desespero tambem, olhava as estrelas e gritava por socorro, acho que tinha uns 9 anos. Quando ja estava sem voz, meu pai, minha mãe e meu irmão menor silenciaram com o barulho da pororoca! Olhavamos com o olhar perdido na imensidão da noite no rio, quando uma pequena canoa apareceu das trevas da noite, nela vinham 4 homens e muitas estacas. Um dos homens nos colocou na canoa, a mim, meu irmão e minha mãe e cruzamos o rio na minúscula canoa. Ao chegar la uma mulher da casa disse que ouviu vozes de criança chorando... parecia impossivel com tanto barulho e tão distante ela ouvir as vozes. Acredito que foi um milagre!!! e vc?

Luzeiro V, Uma fortaleza!


Esse barco era perfeito!!! nele aos 7 anos fiz meu primeiro sermão. Nele enfrentamos muitos perigos, estava sempre cheio, era uma loucura o número de pessoas do amanhecer até tarde da noite. Era uma grande aventura para um homem só. Pilotar o barco, atender os enfermos, fazer partos, tirar dentes e a noite fazia conferências. Hoje em dia isso e trabalho para muitos.... era uma outra era, outros homens...

Resgate médico


Na verdade não era muito sofisticado tirar um enfermo de uma palafita, mas sempre conduzido com muito carinho e atenção, como da para ver na imagem. O suporte nos casos mais graves era encaminhar o paciente para o Hospital Adventista de Belém, foram dezenas de viagens, nesse hospital meu pai passou seus ultimos dias ate morrer no dia 25 de Maio... ajudou milhares e foi sepultado quase que no anonimato pela igreja que serviu.

Luzeiro V


Era sempre uma festa para os ribeirinhos quando o barco se aproximava, havia um código, quando havia uma emergência os ribeirinhos acenavam com um pano, então a lancha "atracava" e prestava o devido socorro. Costumava pelas tardes deitar na proa e contemplando o entardecer esperar as estrelas cintilarem no céu... e na escuridão total o céu era fantástico!!!

Pastor, enfermeiro, "doutor" e DENTISTA


Idos de 1966, mais uma função meu pai acumulava, arrancava os dentes dos índios e de caboclos durante o dia, alem de medicar, fazer partos, tratar feridas e a noite ainda tinha disposição para abrir as escrituras e falar sobre o amor de Deus. Milhares aceitaram a paz que só Jesus pode dar!

Do sertão para a Selva Amazônica



Mudamos de ares, meu pai voltou para as lanchas, agora não mais minusculas mas confortáveis e equipadas. Então ele como polivalente prestava cuidados médicos, atendendo centenas de pessoas em cada cidade pela qual passava. Nossas expedições eram de dar inveja em muitos exploradores. Eu conhecia a selva como poucos.... rs!

Atendimento Espiritual


Alem do atendimento de saúde, como Enfermeiro, o meu pai como Pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia realizava muitos batismos, presenciei centenas deles, em muitos com dezenas de conversos. A religião transforma as pessoas que passam a reescrever a sua vida, do vício para a virtude, do ódio para o amor!

No lugar do Jegue, a Clínica!


Logo o Jegue foi aposentado, fiquei feliz quando ganhamos uma clínica para que meu pai pudesse prestar cuidados de saúde e levasse os amlimentos e remédios da Assistência Social Adventista. Como vc vê era uma grande aventura, sair do atoleiro dezenas de vezes em cada viagem. Uma festa para um garoto de 5 anos. As imagens das viagens ainda estão vividas em minha mente, por aquela janelinha eu via o mundo passar e era feliz!

Minha incansável Mãe



Minha mãe sempre estava por perto, organizando a distribuição, me recordo de uma grande seca na região, trabalhavamos continuamente para atender filas interminaveis de pessoas em busca de alimentos. Minha querida mãe faleceu recentemente, dia 10 de Março deste ano. Ela fez diferença!!!

Pegando no pesado!


Este era meu pai, incansável. Sempre descarregando alimentos e tornando a carregar para despachar nas expedições, essa era a imagem de um pai sempre aplicado em dar o sangue, dar a vida pelos outros, era a realização do sonho dele, sonho de um adolescente pobre que vendia bombons na rua para ter o que comer nas ruas da cidade de Esquel, Chubut, Argentina.

Popularidade


Ai estamos eu e meu irmão, Henrique em uma festinha de aniversário, tivemos uma infancia de dar inveja... tinhamos amigos em quase todas as dezenas de localidades visitadas. Tudo o que tinhamos era para dividir com os outros, essa era a missão da família. Por isso éramos tão felizes, a vida era uma grande festa!

Uma missão


Morávamos em uma grande casa, que na verdade era um grande depósito de alimentos enviados pelos norte americanos, me lembro que quartos cheios ate o teto de leite em pó e adorava brincar pulando...e também tinha muitas latas de óleo de soja; isso tudo era distribuido entre a população local e o restante era encaminhado nas expedições pelo sertão. Morava conosco um cego, uma pessoa fantástica que me encantava com suas histórias. Adorava entregar os alimentos e ver o sorriso das pessoas. Hum, tambem tinha uma deliciosa manteiga, ai a prova!


A partir desse período começo a ter memorias mais vívidas. Havíamos saido do amazonas, meu irmão havia nascido em Belem do Pará e nos mudamos para a cidade de Parnaíba no Piauí. Meu pai teria a missão de atender uma extensa região que incluia os lençois maranhenses e um pouco do sertão do Ceará. As primeiras viagens foram muito difíceis... lembro de ter viajado dentro de um balaio em um jegue, vou tentar localizar a foto e colocarei aqui. Foram muitas as aventuras e longas caminhadas pelas areias escaldantes do sertão. Ai estou eu e meu irmão Luis Henrique Boock Maly. Sabe me lembro do trabalho que dei no salão para cortar o cabelo para tirar essa foto! Como recompensa me levaram para um parque depois...

A Índia Jaci, minha babá.


No dia 14 de Janeiro de 1960 nasci, na cidade de Parintins, Amazonas, morava na lancha Luzeiro I e meu pai e minha mãe trabalhavam com os índios Saterés e Maués, bem como atendia os ribeirinhos da região, fazendo consultas, distribuindo alimentos.

Nesta pequena embarcação um casal, que não sabia nadar, uma índia e um bebê de poucos meses estavam no meio do caudaloso Rio Amazonas quando começou um incêndio junto ao motor. O casal entregou o bebê nas mãos da índia com o pedido de que ela cuidasse, então, a índia e o bebê ficaram na proa do barco aguardando o momento para saltar. As margens estavam a mais de um quilômetro o que poderia ser improvável a atravessia da india e o bebê. Haviam duas opçãos: morrer queimado ou afogado! Mas o pai imaginou outra opção, entrou na sala de maquinas em chamas, com as mãos arrancou os fios que estavam em curto alimentando o incêndio e com baldes de água conseguiu debelar o fogo. A índia não precisou saltar no rio com o bebê... a história foi reescrita porque alguém ousou mudar a redação do destino, eu era o bebê !!!

Monday, May 29, 2006

O Começo de um sonho



Meu pai, que era argentino tinha um sonho de trabalhar na amazonia brasileira, então estudou enfermagem e veio para o Brasil em 1958 e logo no ano seguinte estava trabalhando na Luzeiro I. Ele teve oportunidade de passar alguns meses na cidade de Manaus para aprender a lingua portuguesa e então foi morar com sua esposa na lancha construida pelo americano, pastor Leo Halliwel. O interessante e que ambos não sabiam nadar. Mas a determinação de conquistar o sonho foi maior do que as dificuldades e logo estava dominando os principios de navegação.